O SANTAMARENSE Reconstruindo Nossa História A História de Santo Amaro das Brotas: Aspectos históricos, políticos, econômicos e culturais para o ensino fundamental e médio. 1 É historiador, Especialista em Ensino de História: Novas Abordagens; Pedagogo, Especialista em Pedagogia do Movimento para o Ensino Fundamental e Médio e aluno do curso de Biblioteconomia e Documentação da UFS. Primeiro desbravador de Santo Amaro das Brotas (1590): Com a vitória das tropas do grande defensor da coroa portuguesa frente aos primeiros donos da terra, os indígenas, Cristóvão de Barros presenteou Amaro Ayres da Rocha Peixoto, português, as terras que hoje constituem o município de Santo Amaro das Brotas, o qual a transformou em fazenda de gado e lavoura de cana-de-açúcar. Emancipação Política: "A completa informação (Fragmento de "O SANTAMARENSE") Uma História de Luta: Santo Amaro contribui para a Emancipação de Sergipe Sergipe desde 1817 participara da política regida pela coroa portuguesa. Neste ano participou das lutas contra a Revolução de Pernambuco aderindo à causa realista. A província de Sergipe sempre esteve ligada política e socialmente com a Bahia, da qual muitos anos foi subordinada, devido a este fato Sergipe une-se mais aos fatos ocorridos na Bahia, com a adesão aos realistas, do que com o restante do Nordeste. Partiram daqui de Santo Amaro, duas tropas que somadas atingem a quantia de seiscentos homens armados: "milícias de Santo Amaro com 500 homens e cavalaria miliciana de Santo Amaro das Brotas com 100 homens". Logo percebemos a força que Santo Amaro das Brotas tinha outrora, força esta que contribuiu de sobremaneira para a autonomia de Sergipe frente à supremacia baiana. A Insurreição de Santo Amaro: um povo insurreto Fonte: MOREL, Marco. Nove anos de violência. IN: Nossa História. Guerras que esfacelaram o Brasil. Ano 4/nº. 37. novembro de 2006.p.16. A Insurreição de Santo Amaro das Brotas foi um desses movimentos ocorridos em Sergipe no período imperial e regencial do Brasil. Sergipe, assim como outras províncias do império brasileiro, ocorreu um movimento revolucionário que deve está entre aqueles eclodidos no período. O centro desta insurreição foi a vila de Santo Amaro das Brotas. Aqui morava a elite da política sergipana que dominava a vida política e econômica no final do século XVIII e nas primeiras décadas do XIX. Estes conseguiram depor o presidente da Província (Bento de Melo Pereira-Barão de Própria- (ver imagem ao lado), que através dos seus partidários exerciam o poder político como uma arma para manipular os destinos da Província, fato mais intensificado a partir da instituição do Ato Adicional em 1834 (descentralizava o poder dando aos presidentes das Províncias "liberdade" política). De Santo Amaro para Juruama: Por Decreto-Lei Federal, no dia 31 de dezembro de 1943, para o descontentamento dos moradores de Santo Amaro das Brotas, a denominação do município foi mudada para Juruama. Não tardando o coronel Jacinto Ribeiro, um verdadeiro santamarense, não poupou esforços para que a sua terra natal voltasse a ter a sua antiga denominação. Segundo ele, no seu livro "Diário de um, Santamarense", os moradores não suportavam o topônimo. Juruama se tratava de um nome de uma índia das bandas do Amazonas. Conforme o Sergipe Jornal (25 de novembro de 1943), "Juruama para Santo Amaro! Não tem onde se lhe pegue. É nome indígena de uma índia do Amazonas, da região do Juruá". Outros nomes foram sugeridos como: Aporã (elevação, altura, monte, cerro bonito e belo); Itiquira (água vertente, minadouro, brotas), dentre outros. Com a ajuda de muitos sergipanos como o historiador Sebrão Sobrinho, o coronel Jacinto Ribeiro protestou na imprensa contra tamanha arbitrariedade, conseguindo por decreto estadual em 7 de dezembro de 1944, a antiga denominação. Nelson Ferreira Lima: Progressista e um grande fomentador cultural Limites Geográficos do Município de Santo Amaro Localização: Localiza-se na Mesoregião sergipana e na Microregião do Cotinguiba Feriados Municipais (Lei Nº 403/09) 15 de janeiro – Festa do padroeiro Santo Amaro Data de Fundação da Vila de Santo Amaro 19 de maio de 1699–Fundação da Vila Povoados do Município de Santo Amaro das Brotas Sapé Fazendas Comunitárias de Santo Amaro das Brotas PROCASE OBS: Primeiro assentamento comunitário do município de Santo Amaro. OBS: A descrição dos povoados e fazendas acima foi enumerada pelo atual prefeito do município de Santo Amaro das Brotas, José Ivaldo Costa (2005/2008/2012). Letra e música: Maria Olívia Silveira Santo Amaro das Brotas surgiu, Sua igreja que foi construída, (1697) foi sua grande fundação Santo Amaro é o padroeiro Hino mais Antigo de Santo Amaro das Brotas Santo Amaro das Brotas Num lugar denominado Aires da Rocha, Seu passado é de luta e de glória. Comandado, por Jacinto Ribeiro. Rio Sergipe e o Rio Cotinguiba, (Hino oficial do município de Santo Amaro das Brotas produzido na administração do prefeito João Ferreira da Costa) Símbolos Municipais
Fonte: CINFORM MUNICÍPIOS: História dos Municípios, 2002
OBS: Algumas pessoas afirmam que a primeira morada do desbravador de Santo Amaro das Brotas foi no local, que hoje recebe a denominação de Curral do Meio, podendo esta alternativa ter fundamentos pela proximidade do mar.
A mudança: Com os domínios do território recém-conquistado, Amaro Ayres da Rocha Peixoto sai do Curral do Meio e instala-se na colina onde fica hoje a cidade de Santo Amaro das Brotas, atraído pelas belezas naturais do local às vistas da confluência dos rios Sergipe e Cotinguiba.
Obs: Para onde foi Amaro Ayres da Rocha?
Fazenda Ayres da Rocha: Santo Amaro, assim como a maioria dos lugares sergipanos nasceu a partir do ciclo do gado e dos engenhos. Com feição de fazenda denominada "Fazenda Ayres da Rocha", o provável descendente de Amaro Ayres da Rocha (desbravador), Antônio Martins de Azevedo Cidade, ocupou a propriedade. Apesar de ser o herdeiro da fazenda, Martins de Azevedo morava no Porto das Redes, lá ele mantinha um engenho de fazer açúcar.
Primeira povoação: Antônio Martins de Azevedo construiu uma capelinha na colina da fazenda "Ayres da Rocha", lá ele, sua família e os povoadores da redondeza iam fazer suas orações em louvor a Deus e a Santa Igreja Católica. Segundo João Sales de Campos, essa Igreja ficava no local onde hoje está localizada a rádio Brotas FM 105.9. Quando foi celebrada a primeira missa a igrejinha foi batizada com o nome de Capela de Nossa Senhora das Brotas, daí a povoação recebeu a denominação de Santo Amaro de Nossa Senhora das Brotas.
Origem do nome: Segundo João Sales de Campos Santo Amaro das Brotas recebeu esse nome do seu fundador Amaro Ayres da Rocha, assim como São Cristóvão (Cristóvão de Barros).
Fundação: "No entanto a Data certa
Qual o autor recorre
Fundação de Santo Amaro
O munícipe acolhe
19 de maio de 1699"
(Fragmento de "O SANTAMARENSE", informativo mensal organizado pelo historiador Silvaney Silva Santos).
Com responsabilidade
É que em 15 de dezembro (1938)
A Vila de Santo Amaro
Elevou-se a Cidade"
Mas o apoio de Sergipe contra o movimento de 1817, lhe rendeu a separação da jurisdição baiana, elevando-se a capitania independente. O decreto de oito de julho de 1820 mostrou a simpatia de D. João VI aos sergipanos, que haviam sufocado aquela revolta.
Cumpri aqui destacar a participação das tropas de Santo Amaro das Brotas neste movimento emancipacionista de Sergipe.
Situada na região do Cotinguiba, possuía a Antiga Alfândega de Sergipe, além dos portos para o transporte dos seus produtos. Constituía o principal reduto do partido Liberal, que sofreu com perseguições do partido Legal. A Vila desde 1825 vinha sendo prejudicada pelos mandões de então, que através dos interesses pessoais tentaram extingui-la por quatro vezes para as povoações de Maruim e Rosário do Catete, respectivos centros Conservadores, para beneficiar proprietários de terras locais.
A extinção gradativa do poderio sócio, econômico e político da antiga Vila de Santo Amaro das Brotas foi-se instaurando dando o seu último suspiro em 1836 com a eclosão da Insurreição. A população composta de grandes e pequenos proprietários, camadas urbanas, servidores públicos, mestiços e trabalhadores livres, pegaram em armas diante das constantes arbitrariedades da lei.
A Insurreição foi sufocada pelo governo após um massacre a Vila de Santo Amaro das Brotas em 1836, tal fato deu nova denominação aos partidos políticos sergipanos, os Rapinas e os Camundongos, os primeiros antigos Conservadores e estes, Liberais, o qual tinha como seu principal líder Antônio José da Silva Travassos (ver imagem ao lado), que após a Insurreição teve que fugir para a Província de Alagoas, sendo em 1837, processado por crime de sedição e juntamente com outros Liberais impedidos de voltar a Província sergipana.
Este fato ficou conhecido na historiografia sergipana como a Revolução de Santo Amaro, porém, não teve um conhecimento e um reconhecimento por parte dos estudiosos que destacam somente as revoltas mais conhecidas do período regencial, esquecendo de compreender Sergipe no momento mais conturbado da história nacional.
Nascido no dia 12 de maio de 1917, ingressou no Exército com 18 anos de idade e mais tarde foi ser fuzileiro naval. Após adquirir uma grande experiência de vida elegeu-se prefeito de Santo Amaro em 1959 e pela segunda vez em 1972 pela UDN (União Democrata Nacional). Após a sua passagem pela vida política de Santo Amaro recebeu dos seus munícipes a qualidade de desbravador por suas atitudes progressistas (?). Dentre as suas obras realizadas no município de Santo Amaro destacam-se: a abertura da rodagem de Santo Amaro ao povoado Flexeiras, a abertura da rodagem do porto, cresceu a cidade comprando terras de seu Joaquim Maynart; construiu um hotel chamado Brotas Hotel (hoje Escola Infantil Amábile Caovilla), construiu o mercado municipal, abriu a maternidade denominada Diva Ribeiro em 1974, transformou a Intendência Municipal (Prefeitura) em Cine Aires da Rocha e o seu maior feito foi trazer a firma A. Araújo para o município mudando totalmente a configuração geográfica, social e cultural da cidade.
Nelson ferreira Lima foi uma pessoa que presou por acontecimentos culturais aqui em Santo Amaro, mesmo ele fora da prefeitura mantinha o prédio do Cinema Municipal que levava o nome de Aires da Rocha. Ele fazia questão de embutir em nossas cabeças o valor histórico que essa criatura teve aqui para a nossa cidade. Culturalmente falando ainda ele mantinha no prédio do Cinema Velho um serviço de alto-falante (com o auxílio de Milton Vieira), seria hoje nossa rádio comunitária. Ele tinha horário específico em que tocava músicas de Vicente Celestino, de Teixeirinha, dentre outros.
Como prefeito pela UDN (1959-1963) e pela ARENA( Aliança Renovadora Nacional) (1972-1976), fazia com que as pessoas procurassem reverenciar as coisas locais. Ele fez uma época, um ano só, O Festival do Caju, porque nossa cidade dava muito caju e consequentemente no mês de janeiro, na festa do padroeiro. Durante o Festival do Caju, já que tinha aqui uma grande produção de produtos de cerâmica, potes, panelas, as pessoas além do próprio Festival levavam essas peças, que também era uma forma de gerar renda para o município. Nelson Ferreira Lima é uma figura que merece destaque como "progressista" e fomentador dos valores culturais locais.
Patrimônios Históricos Culturais: Capela Nossa Senhora da Conceição (1750), Igreja Matriz de Santo Amaro (1728), Igreja do co-padroeiro São Benedito (Votada outrora a Nossa Senhora do Amparo (Séc.XVIII)), Esperidião Monteiro (1924), Prefeitura Municipal (1931), Maternidade Diva Ribeiro (1932), Antigo Cine Ayres da Rocha (séc. XX), Cine Clube Diana (1982).
Principais Grupos Folclóricos: Batalhão e Bacamarteiros São João (Povoado Palmar (Santo Amaro das Brotas); Samba de Coco Pisada Quente de dona Celeste (Santo Amaro das Brotas-Se); Teatro Pernas de Pau- Organização Professor Anastácio (Santo Amaro das Brotas-Se), Batalhão dos Idosos (Santo Amaro das Brotas-Se), Reisado de Anuza (Efigênia).
Atividades econômicas: As principais atividades econômicas do município é a agricultura (cana de açúcar, coco), a pesca, o comércio e o serviço público. Nos últimos dez anos, com um melhor poder aquisitivo dos moradores, o comércio interno vem crescendo vertiginosamente, as casas comerciais já utilizam o serviço de cartões de crédito evitando que os consumidores se desloquem para a capital do estado para comprar alguns produtos básicos. Somando a esse crescimento o município possuiu serviços de Internet (particular e pública) possibilitando aos seus moradores o acesso às informações do mundo globalizado e informatizado.
Limita-se ao Norte com: Rosário do Catete, General Maynard, Carmópolis e Pirambu, ao Sul: Nossa Senhora do Socorro, Aracaju e Barra dos Coqueiros; ao Leste: Barra dos Coqueiros e Pirambu; ao Oeste: Maruim e Laranjeiras.
Área: 227 km quadrados; distância da capital: 37 km.
05 de outubro – Festa do co-padroeiro São Banedito
20 de Novembro – Dia da Consciência Negra /Zumbi dos Palmares
08 de dezembro – Nossa Senhora da Conceição
15 de dezembro de 1938 – Emancipação Política
Buticário
Aldeia
Areias
Palmar
Urubas
Plantas
Curral do Meio
Flexeiras
Boa Fé
Touro
Pronúncio
Gravatá
Zorra
Barreirinha
Santa Helena
Barreira D'Água)
Várzea das Flores
Caraíbas
Hugo Herege (Bela Vista)
Olga Benário (MST) -Sem Terra
Olga Benário II (MST) – Sem Terra
Angelin
Braquinhas
Hino de Santo Amaro das Brotas
Homenagem: Graziela Resende
No Brasil colonial,
Às margens do rio Sergipe,
Com riquezas naturais
Pela arte jesuíta,
E a beleza das imagens
Fazem dela a mais bonita
Pela luta de um povo
Com bravura e gratidão
Dessa gente varonil
Calma e feliz, ela vive,
No coração do Brasil.
(Hino da Emancipação Política de Santo Amaro das Brotas)
Letra: Roberto Becker
Liberdade ecoou nos campos e grotas.
Despertava forte, belo e confiante.
O município de Santo Amaro das Brotas.
A história é quem relata assim.
O seu povo jamais será submisso.
E mostrou isso na cidade Maruim.
Todo povo, santamarense reclama.
E consegui ver Santo Amaro das Brotas,
Novamente livre sem ser Juruama.
Banham a terra do amor e da paz.
Gente forte sangue ardente de guerreiro,
Descendentes dos bravios Tupinambás.
(FIM)
Prefeito: João Ferreira da Costa.
Recordação, lembrança e saudade dos tempos idos e vividos nesta terra nossa, que nos viu nascer. (Carlos de Araújo Guimarães).
Brasão do Município
O Brasão é um símbolo do município de Santo Amaro utilizado para timbrar os documentos oficiais da administração. Nele temos expostos os aspectos econômicos do município (pesca, coco, cana, cerâmica) e o religioso, com o predomínio da religião Católica Apostólica Romana.
Bandeira do Município
A bandeira do município de Santo Amaro também constitui um símbolo cívico do município. Possui forma retangular com as cores da bandeira nacional (azul, verde, amarelo e branco), além do emblema do brasão do município.
NOSSA HISTORIA VIVA